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segunda-feira, 11 de maio de 2009

O Presente da Ditadura Militar no Brasil


Amigas e Amigos,


Hoje, recebi a informação de que um amigo havia morrido. Nenhum problema com a morte...não me assusta, amigos que se vão, nos fazem falta, sofremos, mas é uma condição sem retorno.


Morte não tem retorno.


Este meu amigo já havia morrido....há muito tempo, alias durante o periodo da Ditadura Militar. Ele foi preso, torturado covardemente, como toda tortura é , um ato de covardia, sofreu todo o tipo de abuso e violência, psicologica, fisica....... Ele nem era militante, só estava no lugar certo, na hora certa, com o governo errado. Foi retirado junto com o pai de dentro de casa, passou horrores na prisão, deformaram seu rosto, deram choques em seus genitais, barbarizaram, e ele só tinha 16 anos ou menos.. estudante....Vinha lutando ha muito tempo para o reconhecimento de sua condição de vitima do regime, ser enquadrado no pocesso de reparação que o Governo Federal está realizando. Ele ficou desequilibrado, mas não louco, com certeza devido aos sofrimentos que passou, mas tinha uma certeza e sanidade, ele sabia o que sofreu, ficou traumatizado, transtornado. Vivia como clandestino no seu proprio pais, exilado piscologicamente, eternamente. Perdeu futuro, possibilidades, emprego...


Há algum tempo a Comissão que julga os processos dos presos e perseguidos politicos deu ganho de causa a ele, mas lhe deram somente isso, reconhecimento, uma pequena quantia para indeniza-lo e nada mais. Ele não estava atras de indenização, apesar de ser merecedor pois o Estado lhe tirou tudo, mas precisava sobreviver, não podia trabalhar, aposentar, sorrir, nada, tudo proibido como se ainda hoje a ditadura existisse... Nada lhe foi devolvido.


Hoje (11/05/09) soube que ele havia morrido, nos disseram que foi SUICIDIO. Na verdade ele foi morto pela ditadura, o suicidio para algumas das vitimas da tortura é a unica chance de Vida, de liberdade. O que fizeram com ele, com sua mente.


Sua razão ainda aprizionava ele nas celas, ainda promovia dores dos coturnos no seu peito, rosto, pernas.. aprizionava sua vontade esteril de reproduzir, lhe tiraram a condição de ser reprodutor....Haviam lhe tirado o pão, a familia, e agora a vida.


Se foi suicidio, foi a unica resposta , o unico caminho, a brecha, a maneira de fuga, sair da prisão. Se não foi suicidio, foi morte criminosa, com ceretza os "fantasmas" vieram lhe buscar, como fizeram na sua juventude . Mais uma vez lhe mataram. Seu corpo entregue a a outra cela, desta vez sem nome, sem local, sem identidade, como um indigente..


Mais uma vez a Ditadura Militar triunfou neste pais... Ele morreu, sua luta não acabou...A voz ainda vai ecoar enquanto a alternativa de liberdade das vitimas de violencia for o suicidio.



Patria ou Morte!

Venceremos....


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